Entre as actividades lúdicas envolvendo a manutenção e cria de animais mais antigas temos a aquacultura de peixes ornamentais. Há referências a esta actividade na China, durante a segunda Dinastia Chin (1115-1234 DC). Por esta altura, já eram comercializadas mutações coloridas, produzidas em cativeiro. Estes animais eram inicialmente mantidos em lagos, mas posteriormente começaram também a ser alojados em "aquários" de barro. As primeiras referências a peixes em aquário remontam à Dinastia Ming (1368-1643). A partir da China, a paixão pela aquariofilia espalhou-se às regiões asiáticas vizinhas e mais tarde à Europa (século XVI), tendo as primeiras associações de aquariofilia surgido nos Estados Unidos, no século XIX.
Embora crescentemente popular, por essa altura a aquariofilia estava centrada essencialmente na manutenção do "peixe vermelho". As razões para isso prendem-se com o facto de estes serem peixes, na sua maior parte, robustos o que lhes permite suportarem condições algo "difíceis" ao serem mantidos em ambientes reduzidos e com altos níveis de poluição.
Tais problemas, face aos condicionalismos da época (reduzida disponibilidade de materiais; falta de conhecimentos acerca dos problemas próprios associados à manutenção de uma elevada carga animal num pequeno volume de água fechado) tornavam impraticável a manutenção de outras espécies mais exigentes, por períodos de tempo significativos. Nesta altura a manutenção de aquários tropicais era uma verdadeira aventura. Basta pensarmos que os tanques eram aquecidos no fundo com lâmpadas a óleo ou bicos de gás ! Como é também evidente, inicialmente esta era uma ocupação de nobres e ricos, pois a esmagadora maioria da população debatia-se com outro tipo de problema: como obter o sustento diário. No entanto, o exotismo e a beleza dos animais provenientes de regiões tropicais deslumbraram os primeiros colonizadores, pelo que era grande a tentação de os trazer até à "civilização". Com o advento da electricidade e à medida que a tecnologia evoluía tornou-se mais fácil e seguro manter os aquários, pelo que por volta dos anos 30 começaram a surgir associações de aquariofilia um pouco por toda a Europa. As primeiras exposições remontam aos anos 40 do século XX.
Com o início das carreiras aéreas a aquariofilia (e especialmente a de espécies tropicais) teve então um grande impulso: As distâncias "encurtaram" e a sobrevivência dos animais transportados aumentou; começou a conhecer-se um pouco mais acerca dos processos químicos que têm lugar no aquário; foi reconhecida a importância de utilizar no transporte e nos aquários materiais inertes relativamente à água; os conhecimentos sobre as várias espécies e suas necessidades aumentaram; etc.
Toda esta evolução teve como principal consequência o aumento da sobrevivência ao processo de transporte, o que levou a um decréscimo de preços dos animais junto do consumidor final e simultaneamente a um aumento da variedade da oferta. Ao mesmo tempo, o efeito conjunto do abaixamento de preços e da evolução dos conhecimentos levou a um maior sucesso na manutenção dos animais em casa dos aficcionados.
A associação de todos estes eventos levou a um crescimento rápido deste passatempo.Simultaneamente, começaram a ser exploradas outras vertentes desta actividade, até então impossíveis de serem concretizadas, como por exemplo a manutenção de peixes e invertebrados marinhos. Mais recentemente, nas décadas de 80-90, foi "dominada" a técnica de manutenção de aquários de recife, talvez aquela que exige um maior conhecimento e dedicação por parte dos aquariófilos.
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